terça-feira, 8 de abril de 2014

Plano De Trabalho Vice Diretor Educacional

Por: Simone Theizen Novaes

uma das tarefas do educador progressista” está em através da análise política
séria e correta, desvelar as possibilidades para esperança... sem esperança, nossa luta é
suicida “(FREIRE, 1992: 11)”.

A escola, local privilegiado de relações, onde cada qual com seu papel interage com o outro e se entrelaça formando uma teia de trabalho, conquistas, ideias, valores, compromisso, e outros tantos conceitos que nos levam a uma reflexão de como, onde e por que chegamos até aqui. Qual o papel de cada um na educação de crianças tão pequenas? E o que esperamos de nossos atos, vivências e práticas do dia a dia que devem permanentemente ser ressignificados para que se agreguem valores e que promovam um trabalho profundo e sensível, produtor de culturas?

Criança:
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações
e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade
pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende,
observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos
sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, 2010).


Há muito tempo sonho com uma escola humanizada onde as pessoas trabalhem, não somente para fazer jus ao seu salário, mas também onde possam se revelar, se realizar, se completar, se mostrar no que de melhor tem o ser humano – falo de humanização. Onde as pessoas possam se doar e receber na mesma moeda. Doar os seus melhores sentimentos e serem alimentados pelos bons sentimentos de todos num ambiente de trabalho que tenha por base o respeito mútuo, a ética, o amor na sua melhor expressão e a cooperação entre todos.
Sempre me remeto a Paulo Freire quando falamos em utopia. Paulo Freire, em seus textos, associa utopia à esperança. “Sem esperança, nossa luta é suicida”. Mas por que não podemos “sonhar os sonhos possíveis” e “termos esperança” numa educação de qualidade dentro de nosso ambiente de trabalho?
Para que isto ocorra eu acredito no compromisso individual de cada um. Acredito que somente podemos realizar um trabalho conjunto num clima positivo, humanizado, participativo, dialógico, com práticas coletivas, cooperativas e solidárias, se cada um tiver o compromisso de se superar a cada dia. Se cada um, dentro de suas possibilidades, se conscientizar que é no dia a dia, na luta cotidiana, buscando pequenas mudanças, que avançaremos e produziremos diferenças, primeiro em nós mesmos, em nossa comunidade, e depois, na sociedade; a passos lentos, mas constantes. Sempre em frente!

A Unidade Educacional como espaço reflexivo se configura como principal lugar de constituição dos profissionais da educação. Reconhece-se que ela é espaço no qual existe um coletivo que aprende e constrói conhecimentos que favorecem o refletir, o planejar, o atuar, o avaliar, o replanejar e a proposição de ações formativas pelas quais se consolidam os processos dialógicos no exercício da práxis. (Diretrizes Curriculares da Educação Infantil Pública, 2012).


Neste sentido, penso no papel do vice-diretor. Este seria um ser meramente burocrático, cumpridor de tarefas que se apresentam cada vez mais potencializadas pela secretaria de educação? Tomando por base o texto escrito até aqui isto seria uma incoerência. A minha formação, tanto acadêmica, quanto prática, jamais me limitaria a tal.
O vice-diretor é um mediador dentro da escola. O mediador que facilita a (re)construção de relações seja cuidando dos aspectos administrativos escolares ou acompanhando o cotidiano da sala de aula. É corresponsável pelo pleno desenvolvimento do projeto pedagógico, encorajando e garantindo uma gestão participativa que envolva todos os seguimentos da comunidade escolar.
Acredito no papel do gestor democrático que valoriza a sua equipe, que luta para que seus profissionais assumam o seu papel crítico, reflexivo, ético e responsável. Que, mesmo lidando com a diversidade cultural e social, empreenda relações de confiança e participação, valorizando todos os saberes, investindo na formação continuada, criando vínculos onde as pessoas se sintam parte integrante da escola independente do seu cargo ou função.

De nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática” (Karl Marx)

Se focarmos estes princípios teremos profissionais ajustados, felizes, comprometidos e amorosos. Desta forma o reflexo no atendimento à criança, objetivo primeiro da educação, será visível e o desenvolvimento do projeto político pedagógico fluirá naturalmente produzindo bons frutos, pois todos estarão envolvidos na sua execução.
Assim, o papel do vice-diretor vai muito além de suas funções burocráticas. É o profissional que está junto, no dia a dia, auxiliando o diretor, o orientador pedagógico e toda a equipe educativa na elaboração, execução e avaliação do projeto pedagógico, no atendimento ético e responsável das crianças, de seus pais, da comunidade e dos vários segmentos da Secretaria de Educação e outros órgãos públicos ou privados, sempre tendo a legislação em vigor como seu ponto de partida, seu norte, zelando pela legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência do serviço público.

Bibliografia:
____________Pedagogia do Oprimido. Rio de janeiro: paz e Terra, 1983.
____________Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
LIMA, Márcia R. C. Paulo Freire e a Administração Escolar: A Busca de um Sentido. – Brasilia: Liber Livro Editora, 2007.
Diretrizes Curriculares da Educação Infantil Pública: Um processo contínuo de reflexão e ação, PMC, SME, DEPE, 2012.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Brasília, 2010.


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