Projetos Transdisciplinares


Temas Transversais – Propostas Coletivas

Toda a Equipe Educativa

Alimentação: saúde e cultura

A fim de possibilitar maior autonomia das crianças e aproximá-las da realidade com a qual muitos convivem em casa, aproximar a comunidade da escola e propiciar um momento mais calmo e agradável durante os momentos de alimentação, ampliando suas oportunidades de expressão reorganizamos estes momentos, bem como o espaço a eles destinado.
Nosso refeitório é amplo com possibilidade de acesso ao auto serviço dos os agrupamentos integrais e parciais.
Iniciaremos o ano com a proposta de circulação de cestas de alimentos em que esta será confeccionada diariamente na cozinha pelas cozinheiras, com amostras dos alimentos in natura, já picados (ou não) e prontos para a serem cozidos, os temperos utilizados para cocção dos alimentos, acondicionados em saquinhos plásticos transparentes para que estes possam ser explorados em diversas situações a que se apresentam ex; cor /forma /textura/ aparência/entre outros.
Objetivos:
  • Proporcionar oportunidades de cultivar novos hábitos e preferência permanentes referentes à alimentação;
  • Desenvolver autonomia da criança, oferecendo condições de opção pelo alimento e pela quantidade a ser ingerida;
  • Propiciar um maior contato com os talheres e a desenvoltura de habilidades básicas para o uso adequado dos mesmos a partir da observação dos pares e da orientação do adulto;
  • Estimular a criança a se utilizar da alimentação servida na merenda.
  • Reorganizar o ambiente de forma a possibilitar uma crescente autonomia na escolha dos alimentos
  • Saber escutar as crianças, permitindo que tomem a iniciativa e também guiá-las de formas produtivas.
Conteúdos
  • Noções de higiene em relação à alimentação de uma maneira geral e principalmente na hora da alimentação, como:
    • lavar as mãos antes da refeição;
    • cuidados para não derrubar alimentos na mesa e no chão;
    • devolução do prato e talheres no lugar pré estabelecido pela unidade.
  • Desenvolver atitudes com os alunos no que se refere a:
    • postura ao se servirem e ao se colocarem à mesa;
    • organização das mesas no momento da alimentação
    • uso adequado dos talheres, de forma a evitar possíveis acidentes
    • mastigação adequada dos alimentos (devagar e de boca fechada) para melhor aproveitamento dos nutrientes;
    • respeito com o colega durante as refeições;
    • aguardo da vez de servir-se;
    • dosagem e escolha da própria alimentação, com autonomia;
Os professores desenvolverão atividades pertinentes ao tema e aos hábitos alimentares de uma forma geral, procurando sempre ouvir a criança, fazendo registros de suas falas, com o objetivo de refletir e identificar quais os interesses específicos do grupo diante dos questionamentos e colocações que surgirem nas rodas de conversa.
  • Roda de conversa sobre o preparo dos alimentos, cardápio, importância da higiene, uso adequado dos talheres;
  • Organização de cantos na sala de aula para que as crianças brinquem de refeitório, de cozinha, de restaurante, enfim, propiciar temáticas que as estimulem a falar sobre o assunto e utilizar a linguagem do jogo simbólico como mais uma forma de expressão;
  • Favorecer o contato das crianças com as cozinheiras, realizando visitas à cozinha e conversas com as profissionais;
  • Desenvolvimento de atividades de culinária com as crianças, para que se sintam parte do processo;
  • Desenvolvimento de atividades de culinária e degustação com os pais apresentando a temática e como ela está sendo desenvolvida na escola;
  • Planejamento de momentos em que as crianças possam expressar o que estão achando do projeto
Por considerarmos que há melhores condições de avançar quando se enfoca o processo de conhecimento e por adotarmos uma postura que privilegia a criança enquanto protagonista de seus conhecimentos nas relações interpessoais e ambientais, novas etapas poderão surgir à medida que o projeto estiver em andamento e forem sendo feitas as reflexões sobre o processo.
Expectativas de Aprendizagens específicas com cada grupo
O professor/ monitor devem possibilitar experiências para a aquisição de novas competências em relação ao ato de alimentar-se, sendo que esperamos que ao final do ano, o aluno seja capaz de:
Agrupamento 1
  • Segurar seu próprio copo
  • Comer sozinha determinados alimentos (banana, por exemplo)
  • Expressar o que deseja por meio de gestos, linguagem oral ou outras formas de expressão
  • Utilizar os dedos em movimento de pinça
  • Mastigar sozinha toda a comida
  • Segurar a colher sozinha ao longo do processo de maturidade infantil
Agrupamento 2
  • Servir-se de alguns alimentos, ainda que com a ajuda do adulto
  • Utilizar a caneca e cumbuca de vidro para beber o suco e o leite, e comer frutas e bolos
  • Utilizar o talher corretamente e ter a disposição outras opções de uso
  • Expressar seus desejos durante o momento de alimentação
  • Servir-se com autonomia crescente
  • Saber descascar algumas frutas com as mãos
  • Identificar alguns alimentos e seus gostos (doce, salgado, amargo, azedo)
  • Identificar texturas e odores dos alimentos
  • Nomear alguns alimentos
  • Iniciar o uso do garfo e faca
  • Ampliar suas capacidades de expressão
  • Utilizar no dia a dia os conceitos de quantidade: pouco/muito/cheio/vazio
  • Ampliar seu vocabulário em relação à alimentação
  • Ampliar suas formas de expressão durante este momento
  • Servir-se com autonomia
Ao professor e monitor cabem:
  • Acompanhar seu grupo de maneira organizada, ou seja, evitar correrias e algazarras até a mesa de apoio.
  • Auxiliar aqueles que ainda apresentam dificuldades para se alimentar sozinhos, incentivando a sua autonomia
  • Observar e orientar sobre a quantidade de alimento servido e intervir sempre que necessário
  • Permanecer junto ao grupo observando os alunos e, orientando sobre o uso adequado dos talheres, sobre a forma de mastigar alimentos, auxiliando-os quando necessário;
  • Observar e incentivar o consumo de todos os alimentos;
  • Observar se há crianças que rejeitam a alimentação, investigar as causas e observar se há mudança de postura a partir das intervenções realizadas;
  • Cuidar para que o ambiente durante a merenda seja harmonioso, onde as pessoas possam comer e conversar tranqüilamente;
  • Realizar registros reflexivos sobre este o momento
  • Zelar pela higiene do aluno antes, durante a após o momento das refeições
Ao orientador pedagógico cabe:
  • Organizar a avaliação do projeto uma vez por mês, nos TDCs , observando se estão ocorrendo mudanças comportamentais nos diversos grupos de alunos;
  • Intervir, se necessário, apresentando propostas de soluções para os problemas que venham a surgir;
  • Observar e acompanhar o momento de alimentação, realizando registros escritos e por meio de fotos e vídeos
  • Refletir junto ao grupo de professores e monitores sobre os registros, fazendo as intervenções e orientações necessárias.
Ao diretor e vice diretor cabem:
  • A coordenação geral das atividades;
  • Garantir as condições necessárias para as ações;
  • Providências ao bom andamento do processo;
  • Orientar os funcionários com relação às suas funções específicas
  • Observar, acompanhar e registrar os momentos de alimentação, orientando quando necessário.
Aos agentes Operacionais de apoio cabem:
  • Colaborar quando necessário ou solicitado;
  • Observar hábitos de higiene entre os alunos (jogar papel no chão/lixo, devolução dos utensílios no local previamente combinado) e orientá-los quando necessário;
  • Cuidar da limpeza das mesas e cadeiras, ao término da refeição de cada turma ou durante as refeições, se necessário;
  • Limpeza ou lavagem do refeitório, após o período da merenda
Aos Auxiliares de Serviços Educacionais (Cozinheiras):
  • Preparar as refeições de acordo com o receituário e cardápio fornecidos pela Diretoria de alimentação e nutrição
  • Intervir junto aos alunos sempre que possível, incentivando-os a experimentar os alimentos e apresentando alimentos novos aos grupos
  • Fornecer utensílios (talheres, canecas, pratos e conchas) para que a professora trabalhe em sala de aula com os procedimentos adequados para seu uso.
  • Fornecer alimentos crus (Frutas, legumes e verduras) sempre que possível para que a professora realize trabalhos em sala de aula para o incentivo do consumo de alimentos saudáveis.
A avaliação do projeto será contínua e realizada por meio da reflexão sobre registros escritos, em vídeo e em fotos realizados pelos professores/ monitoras/orientadora , direção e vice diretor e demais envolvidos no projeto. Será elaborado um portfólio que nos ajudará nestas reflexões e reorganização de ações durante o processo para que os objetivos sejam plenamente atingidos.
No desenvolvimento do projeto, cada segmento da equipe escolar tem suas atribuições definidas, para que os objetivos sejam amplamente atingidos.

Construindo uma teia de relações para segurança emocional da criança



O espaço de educação infantil envolve adultos e crianças que saem das suas casas para, no espaço escolar, estabelecer relações. Cada um trás junto de si a sua história, a sua família, os seus “hábitos” e a sua forma de agir com o outro. Na escola, entretanto, as crianças devem ser o centro da ação pedagógica e de cuidado dos adultos que aqui estão, isto tendo o limite do afeto que este consegue oferecer, da sua concepção de criança e de educação, que interferem na forma que este estabelecerá sua ação, e da quantidade de crianças por adulto que consta nas resoluções da secretaria de educação. Neste contexto existente carecemos de ações pensadas para a boa con-vivência, para viver bem com o outro apesar das nossas diferenças, para viver bem com o outro apesar de nossos limites, para viver bem com o outro apesar das nossas diferenças de formação, para viver bem com o outro apesar dos estados emocionais. Diante disso estabelecemos alguns objetivos a serem atingidos pela equipe escolar:
  • Possibilitar à criança o reconhecimento da instituição como um espaço aberto ao seu desenvolvimento integral, complementando e ampliando seus conhecimentos já trazidos de casa.
  • Estabelecer relação de confiança recíproca entre professores, monitores,crianças e famílias.
  • Receber as crianças com atenção, afeto e cuidado.
  • Acolher com atividades planejadas priorizando o lúdico e os momentos de interação.
  • Amenizar a ansiedade e a dor da separação da criança com a mãe ou responsável.
  • Estabelecer vínculo afetivo entre o educador e a criança, criança e criança.   
  • Cuidar e educar com respeito e afeto nos primeiros contatos da criança ao ingressar ou regressar à escola.
  • Facilitar a socialização e a partilha entre as crianças.

Dessa forma para que os objetivos sejam alcançados o plano de ação neste período requer: Quanto ao professor/ monitor/, estes devem proporcionar um ambiente agradável e acolhedor com diálogo, atividades lúdicas e prazerosas as quais supram o processo de separação vivido pela criança, e que estimule a individualidade, partilha e socialização, como músicas e danças, jogos e brincadeiras, histórias dentre outras, dessa forma o educador irá conquistar a confiança da criança e conseqüentemente facilitará o processo de adaptação e socialização da mesma, principalmente em se tratando da educação infantil.
O professor/ monitor nesse processo aparecem como mediadores principais no contexto da adaptação à vida escolar. Assim como as crianças e os pais, nesse momento, também passa pelo processo de adaptação, pois a cada ano que se inicia novas experiências, novas crianças, novos pais serão conhecidos. As expectativas são muitas:
Como serão as novas crianças? Seremos bem aceitas(os) por elas? Será que elas confiarão em nós? Ademais, a rotina de sala de aula e muitas vezes da própria escola são modificadas diante das peculiaridades encontradas no processo de adaptação
Enfim, o professor/ monitor são mediadores e tem que saber lidar com as expectativas dos pais, ganhar a confiança das crianças e de seus familiares e ainda, conduzir esse processo, além de trabalhar seus próprios sentimentos.
A área da Educação Infantil possui especificidades que, na elaboração curricular, exige estudos e reflexões aprofundados no que concerne à educação dos bebês e das crianças pequenas” Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, 2012.

Para auxiliar nesse processo e construir uma teia de relações para segurança emocional da criança, cinco ações são gestadas:
1 - no sub tema “Adaptação e Inserimento” propomos a organização de um período para o inserimento da criança no espaço escolar, adaptando a estrutura escolar a criança e a criança ao espaço coletivo organizado;
2 - no grupo de estudos “Fios e desafios: o trabalho com projetos em espaços coletivos de crianças bem pequenas”, pretendemos pensar o trabalho dos profissionais, enquanto adultos responsáveis pelo cuidado e educação das crianças, para discutir concepções e pensar nesta ação, direcionando a construção do trabalho com projetos;
3 – O projeto “Acolhendo a Família e Aproximando a Escola da Comunidade” tem por objetivo aproximar a família da escola e dos serviços oferecidos pela prefeitura através de palestras.
4 – Para que esta família tenha segurança e conhecimento sobre o que ocorre na escola a unidade mantém o projeto “Acervo e Divulgação de Materiais e Atividades didáticas” que entre outros objetivos, pretende manter o blog da escola funcionando;
5 – Por fim, a partir do reconhecimento do valor que tem o contato da criança com animais domésticos, o projeto em parceria com o MEDICÃO.


Adaptação e Inserimento

O período de inserimento da criança ao ambiente escolar é desenvolvido de maneira gradual, respeitando-se as etapas de avanço e as especificidades de cada novo aluno. É um período muito importante, tanto para a criança como para os pais. Constitui uma oportunidade de estabelecermos vínculos afetivos dentro de uma convivência, que é diferente da familiar.
A forma de acolhimento da criança pela escola deve favorecer uma permanência tranqüila, agradável e segura, o que depende da maneira como o adulto se relaciona e demonstra suas emoções perante a criança. Essa demonstração de afeto, sendo sincera e espontânea, abre um canal de confiança, respeito e compromisso entre criança-família-educadores. Sentimentos de insegurança, medo, angústia e abandono fazem-se presentes nos momentos de entrada, saída e adaptação dos pequenos e a forma de convivência com os adultos é que suavizará ou mesmo neutralizará tais sentimentos.
A hora de ir embora, por exemplo pode ser um momento de longa espera, se o adulto não estiver com a atenção voltada para o sentimento de ansiedade que a criança pode estar vivenciando quando percebe que os pais dos seus colegas vêm buscá-los e os seus não. É o momento de crianças e educadores estarem envolvidos, por exemplo, em atividades prazerosas, já planejadas para este fim.
O período de adaptação não constitui um conflito apenas para a criança mas também para os adultos, pais e educadores. Os pais podem sentir ansiedade, angústia e sentimento de culpa por ter de deixar seu filho na escola; já os educadores freqüentemente têm que lidar com uma expectativa frente ao desconhecido grupo de crianças que receberá sob seu cuidado. Portanto, o período de adaptação deve ser planejado para que gere um clima de confiança e para que ocorra sem pressa, respeitando-se o ritmo da criança. Por exemplo, pode-se adotar a estratégia de permitir à criança trazer objetos de estimação com os quais está acostumada e que lhe dão segurança. (Curriculo em Construção)
Durante este período é comum que todos se sintam ansiosos para que tudo caminhe bem. Muitas crianças que iniciam a Educação Infantil vivem pela primeira vez a experiência de estar por algumas horas longe da família e da proteção que a própria casa representa. Por isso planejamos os agrupamentos de forma a considerar as crianças e suas necessidades específicas. Mesmo para as crianças que já frequentam a escola e que conhecem  os colegas e os educadores, ficam inseguros.
Por este motivo acreditamos que as crianças necessitam da primeira semana para a criação de vínculos com os profissionais da escola.
Em reunião com a comunidade faremos uma exposição das especificidades de cada faixa etária que serão recebidas em nossa Unidade.
Buscaremos através deste trabalho, propiciar um ambiente acolhedor através da conversa com as crianças no dia-a-dia a cada momento, observando atentamente o comportamento de cada criança ouvindo-a com atenção, cantando músicas infantis mesmo que a criança ainda não acompanhe, pois elas se fascinam com as melodias, organizar uma rotina sem muitas alterações inicialmente, pois a regularidade das ações traz segurança para as crianças.
O período de adaptação das crianças foi planejado dia-a-dia com atividades que suprissem os anseios e expectativas, possibilitando dar segurança promovendo um ambiente tranquilo e acolhedor nesse novo contexto.

Fios e Desafios: O Trabalho com Projetos em Espaços Coletivos de Crianças Bem Pequenas


Formadores responsáveis:
Profa. Luciana Bassetto (CHP – Carga de Horário Pedagógico)
PEB I – efetiva – carga horária 32 h/a;
CHP – 4ª. Feira das 11:00 às 11:50 e das 12:40 às 15:10;
TDC – 5ª. Feira 11:00 às 12:40;
TDI – 2ª. Feira 11:00 às 11:50 – CEI “Pezinhos Desacalços”.

Orientadora Pedagógica Iara Juliano

Introdução
Qual o ponto de partida? Por onde começar? Onde queremos chegar?
Essas indagações pautam com insistência as reflexões daqueles educadores que pensam em trabalhar com projetos.
Mas, o que são projetos na educação infantil? O que uma criança bem pequena vai propor para começar um projeto?
São tantos questionamentos diante de uma proposta de trabalho pedagógico por projetos, que a angústia do educador diante da turma, diante do planejamento a ser escrito fica evidente, e não raro chega a imobilizar ou desistir, pois não sabem por onde ir...
A proposta de trabalhar com projetos em turmas de crianças bem pequenas exige de cada educador, um exercício contínuo de sensibilização do olhar. Saber observar o grupo dos bem pequenos, suas intenções/ações, seus gostos, conversar, olhares...

Entende-se como projeto aquele trabalho em que a escolha do objeto de estudo irá partir da realidade em que o grupo de bebês e crianças pequenas está inserido, aquilo que irá despertar curiosidade, a vontade de investigar, de conhecer mais profundamente, de olhar, de sentir, de experimentar o entorno.”1

Nessa perspectiva, a viabilização do trabalho com projetos prevê como essencial as trocas entre os pares dos educadores da unidade de atendimento, bem como uma gestão que tenha o entendimento e se aproprie do significado dessa concepção pedagógica. Não é uma tarefa fácil, uma vez que implica em mudança de paradigma. Agora, quem irá indicar os caminhos a serem percorridos durante o ano letivo serão as crianças. Ao educador, cabe realizar a leitura de seus desejos e interesses e traçar fios condutores que irão enriquecer as experiências das crianças diante daquilo que mobiliza, que salta aos olhos.
O trabalho com projetos pede também por uma escola que entenda e assuma o compromisso de ter um eixo condutor. Esse eixo irá tecer fios para que os encaminhamentos dos projetos de cada sala se encontrem, cruzem, complementem.
Mas, como? Tal eixo deve estar articulado com a comunidade na qual a escola está inserida, pois dessa forma incluímos as famílias, dando significado ao que é desenvolvido dentro da escola e ultrapassando seus muros, conduzindo os fios na apropriação do entorno da unidade.

Os projetos possibilitam a integração entre as turmas da Unidade Educacional e a comunidade, uma vez que as vivências envolvem o cotidiano da Educação Infantil e transbordam os espaços das instituições educativas.”2

O eixo condutor pode ser definido pela equipe escolar junto ao conselho de escola, sabendo que os elementos desse eixo serão eleitos a partir da leitura dos interesses da criança no entorno onde a escola está inserida. Será desse eixo que sairão os projetos desenvolvidos em cada sala, que por conseqüência natural estarão articulados entre si e por sua vez, a comunidade local.
No livro “Arte, Memória e Meio Ambiente”3, as autoras relatam uma experiência significativa dessa proposta com projetos. Contam de um trabalho pedagógico em um Centro Municipal de Educação Infantil em Campinas (CEMEI), onde por meio de estudo e empenho intenso da equipe escolar realizaram um projeto no ano de 2004, onde essa concepção teve origem e tomou forma. A partir desse trabalho, outros mais se originaram, embora não mais relatado em publicações, mas todos registrados nos projetos pedagógicos da escola, em exposições na comunidade do entorno da escola, em comunicações nos encontros da Rede Municipal de Campinas.
Pautado na experiência desse CEMEI e nos desdobramentos que dele resultou, esse Grupo de Trabalho tem como objetivo desenvolver a mesma proposta no CEI “Pezinhos Descalços”, entendendo que os fios a serem tecidos nesse grupo terão as marcas daqueles que o compõe, bem como as características do entorno onde o CEI está localizado.
Objetivo: refletir sobre a prática pedagógica com projetos no CEI “Pezinhos Descalços” com a possibilidade de introduzir a proposta durante o ano letivo de 2014 em todos os agrupamentos e posteriormente incorporá-la no Projeto Pedagógico de 2015.

Ementa: trabalho com projetos pedagógicos. A definição do eixo do projeto – apropriação do entorno da unidade. Escola e Comunidade no desenvolvimento do projeto. As temáticas oriundas do eixo norteador. Possibilidades de trabalhos a partir das definições das temáticas. Os percursos dos projetos. A integração entre os agrupamentos. O papel da gestão no trabalho com projetos. A definição do produto final do projeto. As formas de registro.

Público Alvo: prioritariamente os educadores do CEI “Pezinhos Descalços” e seguido por demais profissionais da SME de Educação Infantil.

Vagas: 10 por turma.

Cronograma/carga horária: encontros semanais durante o ano letivo dividido em dois módulos -
Módulo I – 60 horas – 1o. Semestre de 2014;
Módulo II – 60 horas – 2o. Semestre de 2014.

Dia/horário:
Turma A - 4ª. Feira – 10:00 – 12:00 hrs;
Turma B – 4ª. Feira - 13:00 – 15:00 hrs;

Justificativa: a prática pedagógica com projetos está contemplada nas Diretrizes Curriculares da Educação Infantil do Município de Campinas. Faz-se necessário que os educadores da Rede Municipal tenham um espaço de reflexão/ação sobre essa prática de forma que gradualmente ela se incorpore no cotidiano das Unidades de Atendimento. Nesta perspectiva esse grupo vem propor um espaço que garanta esse processo reflexivo, pautado na literatura que versa sobre o assunto, nas Diretrizes Curriculares do Município de Campinas, bem como nas experiências4 dos educadores que já atuam e virão a atuar na prática pedagógica com projetos.

Bibliografia

ANSELMO, Fernanda M.; LAMBIASI, Claudia V. A. Araujo. Onde cabe todo o mundo: o que as crianças nos dizem do espaço educativo. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação: 2009. (mimeo)

ARIÈS, Phillipe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 1981.

BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Por amor e por força: rotinas na Educação Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 2006.

BARBOSA, Maria Carmen Silveira (Consultora). Práticas Cotidianas na Educação Infantil – bases para a reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília: MEC/UFRGS, 2009.

BARBOSA, Maria Carmen Silveira. “As especificidades da ação pedagógica com bebês”. Consulta Pública, ago 2010.

BARBOSA, Maria Carmen Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Projetos Pedagógicos na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008.

BONDÍA, Jorge Larrosa. “Notas sobre a experiência e o saber de experiência”. Revista Brasileira de Educação, nº 19, Jan/Fev/Mar/Abr, 2002, p. 20-28.

BÚFALO, Joseane Maria Parice. “O imprevisto previsto”. Pró-Posições/Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação. – Campinas, SP, Vol. 10, no. 01 (28), março de 1999.

CAMARGO, Miriam Benedita de Castro (org.). DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO INFANTIL PÚBLICA: um processo contínuo de reflexão e ação. Prefeitura Municipal de Campinas. Secretaria Municipal de Educação. Departamento Pedagógico. Campinas, SP: 2013

FARIA, Ana Lúcia Goulart de (org). O Coletivo Infantil em Creches e Pré-escolas – falares e saberes. São Paulo: Cortez, 2007.

FARIA, Ana Lúcia Goulart de; PALHARES, Marina Silveira (Orgs.). Educação Infantil Pós-LDB: rumos e desafios. (5ª Edição) Campinas (SP): Autores Associados, 2005.

GOODSON, Ivor F. “Ensino, currículo, narrativa e o futuro social”. In: GOODSON, Ivor F. As Políticas de Currículo e de escolarização: abordagens históricas. Petrópolis (RJ): Vozes, 2008.

GUIMARÃES, Daniela. Relações entre bebês e adultos na creche: o cuidado como ética. São Paulo: Cortez, 2011.

GUIMARÃES, Daniela. “Técnicas corporais, cuidado de si e cuidado do outro nas rotinas com bebês.” In: ROCHA, Eloisa A. C.; KRAMER, Sonia (Orgs.). Educação Infantil: enfoques em diálogos. Campinas (SP): Papirus, 2011.

HOLM, Anna Marie. Baby-Art - Os primeiros passos com a arte. Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, 2007.

MEC, Secretaria de Educação Básica. Critérios para um Atendimento em Creche que Respeite os Direitos Fundamentais da Criança. Brasília, 2009.

OLIVEIRA, Zilma de Moraes et. al. Creches: Crianças, Faz de conta & cia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

PARK, Margareth Brandini et. al. (Orgs.). Educação Infantil – arte, memória e meio-ambiente. Jundiaí (SP): Árvore do Saber, 2005.

PÁTIO EDUCAÇÃO INFANTIL. Educação Infantil de 0 a 3 anos. Porto Alegre, RS, no. 35, ano IX, abril/junho 2013.

PRÓ-POSIÇÕES/Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação. Dossiê Interlocução Possível: arte e ciência na educação da pequena infância. Campinas, SP, Vol. 22, no. 02 (65), maio/ago 2011.

PRO-POSIÇÕES/Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação. Dossiê Bebês e Crianças Bem Pequenas em Contextos Coletivos de Educação. Campinas, SP, vol.24, no.03, set./dez. 2013.

SCHMITT, Rosinete V. “O encontro com bebês e entre bebês: uma análise do entrelaçamento das relações”. In: ROCHA, Eloisa A. C.; KRAMER, Sonia (Orgs.). Educação Infantil: enfoques em diálogos. Campinas (SP): Papirus, 2011.

Acolhendo a Família e Aproximando a Escola da Comunidade

Professora responsável: Lindsey Carvalho Vieira (HP – Horário Pedagógico)
Objetivos
  • Acolher as famílias para que tenham participação efetiva dentro da escola;
  • Conhecer o histórico familiar e vivências de cada criança em seu ambiente familiar;
  • Facilitar a comunicação entre escola X família;
  • Fazer com que as famílias encarem a escola como sua aliada, não como inimiga;
  • Aumentar a confiança dos familiares de cada criança na escola;
  • Instruir e levar o conhecimento as famílias através de palestras informativas mediante as necessidades observadas pela professora na comunidade;
  • Oferecer apoio às famílias orientando-as de maneira eficaz e efetiva sobre assuntos que serão levantados durante o decorrer do projeto de seu interesse;
  • Formação familiar no contexto dos serviços comunitários;
  • Formação familiar no desenvolvimento infantil trabalhando os seguintes temas:
  • Alimentação
  • Cuidados
  • Higiene
  • Autonomia
  • Linguagem oral
  • A importância do brincar na formação da criança
  • A nova configuração da família no mundo pós-moderno
  • O papel da educação infantil na formação de um ser humano saudável.
Justificativa
Temos visto demasiados casos em que as famílias entram em guerra com a escola, isso ocorre por falta de confiança e desconfiança perante algumas regras impostas pela escola na hora de acolher e buscar o bem estar para cada criança.
Muitas famílias não concordam com o ponto de vista da escola e vice-versa, porém, o que ambos precisam entender é que os dois tem o mesmo objetivo “o bem estar de sua criança” visto muitas vezes de maneiras diferentes.
O que podemos fazer para tornarmos as famílias nossas aliadas? Qual será a melhor maneira de nos aproximarmos e tornarmos efetiva nossa parceria? Este projeto tem o papel de facilitar o contato e o convívio entre a família e a escola, trazendo-os para perto através de conversas, palestras, orientações e parcerias em festas, reformas e ideias para melhorias em nosso ambiente escolar com a participação das famílias que compõem a clientela assistida por nossa unidade escolar.
Este projeto visa acima de qualquer coisa aproximar as famílias de alguns serviços comunitários oferecidos pela comunidade que por muitas vezes são desconhecidos como, por exemplo, orientações sobre a reciclagem, como evitar a dengue, entre demais temas que compõem nosso eixo norteador deste ano que é “meio ambiente e sustentabilidade”.
Publico Alvo
Famílias, amigos e comunidade próxima dos alunos atendidos nesta unidade escolar.
Cronograma das Atividades Semanais
Segunda - feira
Terça - feira
Planejamento e organização de questionário/ palestras/ oficinas a serem aplicados com as famílias, amigos ou comunidade.
Atendimento, palestra e conversa com as famílias, amigos e comunidades, já agendados com antecedência.
1 hora aula
1 hora aula
Local de Realização
O Projeto será realizado no CEI “Pezinhos Descalços”
Participante
Tempo Pedagógico
Horários/Dias
Total de Horas Semanais
Lindsey Carvalho Vieira
HP
11h30 – 12h20
2h/a semanais
2ª feira, 3ª feira e 4ª feira







Acervo e Divulgação de Materiais e Atividades didáticas


Professora responsável:
Roberta H. Piccolotto Guariglia (HP – Horário Pedagógico)


Objetivo
  1. Promover a comunicação entre escola e comunidade.
  2. Ampliar a divulgação das atividades dos agrupamentos em blog da unidade.
  3. Divulgar experiências positivas das atividades dos agrupamentos .
  4. Compartilhar ideias e experiências com os projetos perante a comunidade escolar e demais interessados
  5. Resgatar os momentos da infância e suas descobertas
  6. Estimular os profissionais da educação a utilizarem o blog como ferramenta de divulgação de seus trabalhos
Justificativa
O trabalho com crianças exige conhecimentos que vão além das respostas dadas em uma prova de concurso público. É necessário desenvolver habilidades, sensibilidades, construir conhecimentos e repertórios para trabalhar com crianças, principalmente, se se visa uma educação de maior qualidade. Tendo em conta que na unidade do CEI Pezinhos Descalços entraram cinco novos Agentes de Educação Infantil neste ano, se faz necessário o acompanhamento e auxilio quanto ao trabalho dos mesmos. Não que se pretenda homogeneizar o trabalho com as crianças, mas oferecer subsídios para cada profissional ir construindo a sua prática de maneira solidária.
É importante considerar que o GEM nem sempre consegue suprir esta demanda, por conta da resolução que permite seu cumprimento em cursos externos a unidade e por conta da sobrecarga de trabalho que ocorre quando a Orientadora Pedagógica atua em duas unidades com realidades e necessidades distintas.
Este trabalho de gerar materiais e de acompanhar o trabalho educativo pode ser enriquecido se conseguir vencer os muros da escola e das salas, até alcançar ao menos parte das famílias das nossas crianças e os demais educadores. Uma das formas disto se realizar seria através de um blog. O blog em questão já existe por iniciativa de duas professoras, mas ainda não é utilizado de forma generalizada pelas demais turmas. Esta generalização permitiria a divulgação das atividades realizadas, oferecendo uma forma virtual de conhecer experiências positivas de cada agrupamento.
Público alvo
Todos os educadores da unidade que poderão utilizar os materiais selecionados, mas principalmente os Agentes de Educação Infantil que foram recém impossados no cargo, e os familiares das crianças que autorizarem o uso da imagem.
Cronograma de Realização
Mês
Atividades Blog
Abril
Recolher autorização de uso da imagem;
Reorganizar o blog;
Maio
Reunião com a comunidade para apresentar o blog
Reunião com os educadores para organizar a entrega das fotos e a indicação de situações a serem retratadas;
Junho-Julho
Inserir fotografias com descrições das atividades.
Agosto
Inserir fotografias com descrições das atividades.
Organização de enquete com as famílias;
Setembro
Inserir fotografias com descrições das atividades.
Outubro
Inserir fotografias com descrições das atividades.
Confecção de vídeos nas salas para postar no blog
Novembro
Inserir fotografias e vídeos com descrições das atividades.
Dezembro
Inserir fotografias com descrições das atividades.
Avaliação do uso do recurso.
Local de Realização
Quinta -feira
Quinta-feira
Trabalho de seleção de materiais e organização de arquivos na escola.
Trabalho de construção do Blog em casa.
1hora aula
4 hora aula
Campinas, 26 de março de 2014



Medicão na Escola: Interação Entre Crianças E Animais No Centro De Educação Infantil

INTRODUÇÃO
Neste ano, com a mudança de perfil de nossa comunidade escolar e a necessidade do trabalho de inclusão de todas e de cada uma de nossas crianças, assim como de seus familiares, a Orientadora Pedagógica propôs uma parceria com o projeto MEDICÃO, proposta que foi acolhida pela equipe educativa da unidade escolar.
O Projeto MEDICÃO se refere ao trabalho de visitas com cães e/ou outros animais, normalmente em hospitais, centros pediátricos, casas de repouso, centros de tratamento psiquiátricos, visando estabelecer uma relação entre pessoas, que se encontram em situações fragilizadoras, com animais selecionados. Situação que pode proporcionar momentos de entretenimento, prazer e alegria, ao trazer para aquele indivíduo uma experiência diferente da austeridade do ambiente hospitalar, diminuindo o estresse de pacientes e acompanhantes.
A proposta de trazer este Projeto para um Centro de Educação Infantil se remete a estudos de comportamentos das crianças em diferentes espaços, aonde se verifica que, quando esta mantém contato especificamente com um cão, ela se sente amada, compreendida e considerada, porque o mesmo não lhe pede satisfações e está sempre disponível para a interação. Muitas crianças estabelecem uma relação com o cão como se esse fosse o seu confidente e, as emoções e afetos que mobilizam e partilham fazem com que, entre eles, se desenvolva uma intensa afeição.

JUSTIFICATIVA
Pesquisas revelam que crianças de famílias que possuíam animais tinham um nível superior de desenvolvimento cognitivo, social e motor. Esse elo com o bicho de estimação além de aumentar a competência da criança e seu sentimento geral de que é justa e confiável, pode ter impacto (ainda que pequeno), mas, positivo no desenvolvimento da inteligência. Nesse estudo Poresky constatou que aquelas crianças que tinham pontuações mais altas, em sua Tabela de Vínculo com um Companheiro Animal, eram também as que alcançavam uma média superior de 5 (cinco) pontos nos testes de Q.I.. Além disso, os pais de crianças que frequentavam o jardim de infância, muito apegadas a seus bichos de estimação, relatavam menos problemas de comportamento.
Dentro do processo de desenvolvimento infantil, a criança que tem contato com animais é estimulada, em seis aspectos: afetivo, linguagem e social, neurossensório-motor, intelectual-escolar.

Aspecto afetivo
É fundamental, na infância, o desenvolvimento de sua afetividade para tornar-se um ser compreensivo e sociável e, isso inclui no entendimento teórico e prático o cuidar ou ajudar a cuidar de outro ser.
Acreditamos que, quando a criança é estimulada pelos pais, familiares e pela escola (educadores e colegas) para este fim, o pequeno se vê no papel de cuidar, dividir, dar carinho ao próximo.
Tendo como princípio que no relacionamento entre criança-animal sempre haverá reciprocidade, no que diz respeito ao afeto, amor, concluímos que os laços de amizade e afeto tenderão a se estreitar cada vez mais. Com esse laço afetivo objetivamos tornar a criança mais amorosa, generosa, tornando-se referencia positiva para seus pares, os quais se sentirão motivados a cuidar (zelar/respeitar) dos animais e do próximo;

No aspecto linguagem e social
Quando a criança entra em contato com um animal desenvolve a necessidade de exploração tátil, visual, motora e verbal, estimulando a construção e enriquecimento do vocabulário, contribuindo para melhoria de sua articulação e fluência, organização de pensamento e comunicação verbal e não verbal em suas relações sociais. Isso posto, ao trabalhar com esse aspecto, objetivamos a construção e enriquecimento do vocabulário de forma organizada, desenvolvimento sensório motor e, ampliação e aprimoramento das relações sociais coletivas e individuais.

Aspecto Neurossensório-motor
Quando há uma interação entre o animal e a criança ao abraçar, beijar, acariciar, montar ( no caso de animais de montaria – cavalo, burro, pônei, etc), correr, brincar de jogar bolinha para o gato ou ossinho para o cão ' trazer', dar comida na mão para os pássaros, alimentar uma tartaruguinha ou um peixe, entre outras situações, objetiva-se proporcionar à criança a conhecer seu próprio corpo, aprendendo a conduzir-se com equilíbrio, a desenvolver sua orientação espacial, a desenvolver a tonicidade muscular, assim como sua coordenação ‘dinâmico-motora’ e ‘visual-motora’, referente à percepção de imagens e seus aspectos visuais e táteis;
Aspecto Intelectual/ Escolar
A criança pequena estará a desenvolver seu raciocínio lógico, o que nos remete lembrar e correlacionar com o desenvolvimento neurossensório-motor, no que se refere à percepção da imagem, quanto seu tamanho, formato, profundidade e distância; E, também, sobre questionamentos de horários pré-estabelecidos, quantidade e iniciativa. Como por exemplo: quando devo alimentar meu animal e quanto de alimento devo dar?; Quando devo trocar sua água?; Quais os dias que posso sair para passear com ele e qual o tempo necessário para que ele não se canse muito, mas consiga descarregar as energias?'; entre outros. Essas ações, levam ao desenvolvimento da reflexão e ‘observação’ que contribuirão para que a criança desenvolva sua criatividade, agilidade, tornando-se assim um sujeito mais autônomo.
Uma boa prática de ensino, para tais situações, é o professor como mediador conversar sobre a relação entre as necessidades dos animais com as necessidades das crianças, como: sentir fome, gostar de tomar água fresquinha, não gostar que seu ambiente fique sujo, gostar de brincar, sair para passear, gostar de carinho, amor, etc.
Quando os cães entram em contato com crianças e adolescentes, estas interagem mais com as pessoas, ficam mais calmas, aumenta a auto-estima, mostram melhoras quanto à agressividade e até fazem vínculo com os cães.
Temos relato de uma “professora” que quando uma criança, que já teve contato com um cão, se apresenta ansiosa é só mencionar o nome de um dos animais que visitam a escola que ela se acalma e conversa sobre algo de sua vida ou de situações do cotidiano em que é protagonista. O imaginário também é trabalhado de forma lúdica e interpretado como benefício à saúde da criança e desenvolvimento global estabelecendo pontes de saberes dentro de sua realidade.
Educação Especial
As crianças com autismo no ambiente escolar apresenta intensa ansiedade devido a situações de socialização e vitimização em relação a seus pares, a presença de um animal de estimação neste contexto permite que a criança autista possa reduzir a ansiedade e diminuir a rotina artificial de percepção desenvolvida por ela mesma. Dessa forma a criança autista poderá sentir-se mais à vontade e aberta a abordagens de socialização.
Pesquisas demonstram que uma criança autista que não tinha nenhum contato visual com humanos manteve e mantém até hoje o contato visual e a interação com um determinado cão. Nossa intenção é poder, mais tarde, entrar nesta relação e fazer com que o animal seja uma ponte para a vida social. Como Também a criança com autismo Asperger, já foi comprovado que Ao conviver com o cão, passou a responder de forma melhor aos estímulos sociais e a expressar emoções de forma mais intensa, ou seja, os sintomas foram amenizados.
METODOLOGIA
Desenvolveremos visitas semanais ou quinzenais (a fechar) com interação sistemática e progressiva dos agrupamentos, com apoio dos professores/ monitores e monitor guia, por período - manhã e tarde , na CEI e apresentação do animal em toda a sua potencialidade.
Para tanto apresentamos um levantamento de situações relevantes e possíveis de contato inicial das crianças, das professoras e funcionários além dos familiares com o cão guia.EX: como iniciar este contato?
- trabalho pedagógico com a turma/ família / equipe educativa da escola a respeito do nosso visitante (cão e seu cuidador) com foco na frequência e permanência como visitantes mais frequentes em nossa CEI.
- circular com o cão de forma segura e criativa
- trabalhar suas características e motivar as crianças a estabelecer um contato físico com ele( cão)
- proporcionar momentos agradáveis de exploração do animal de forma lúdica com respeito a todos os seres envolvidos.
Registro: através de observações, fotos, filmagens, relatos do cotidiano vivido pelas próprias crianças e seus familiares.
Avaliação: ocorrerá no processo e a cada situação nova , nos TDCs e reunião de pais abordaremos o assunto para esclarecimentos se houver necessidade.

OBJETIVOS
  • Tornar a criança mais ativa, participativa, atenciosa, carinhosa, sem restrições em aceitar o outro em suas diferenças, seguras, afetivas, generosas e responsáveis;
  • Desenvolver a capacidade de cuidar de seus animais, estimulando a capacidade de desenvolver vínculos afetivos;
  • Oferecer uma relação em que percebam a dependência com relação a outro ser, de como eles precisam delas para viver e serem amados.
  • Estimular, desde cedo, as crianças a se sentirem mais confiantes, autônomas e, com certeza, mais responsáveis com relação ao outro;
  • Auxiliar a adaptação das crianças ao espaço do Centro de Educação Infantil;
  • Possibilitar um trabalho alternativo das crianças acompanhadas pela educação especial;
  • Permitir o trabalho de integração família-escola tendo a mascote como elo desta relação.
  • CRONOGRAMA
PREVISÃO
AÇÃO
RESPONSAVEL
ABRIL
1 - Reunião com família, solicitando autorização para participação no projeto;
2 - Programação das datas, atividades preparatórias para as visitas e atividades após as visitas;
3 - Início das visitas semanais ou quinzenais.
1 – Direção e Orientadora Pedagógica;
2 – Orientadora Pedagógica e Educadores;
3 – Coordenador do projeto MEDICÃO e educadores.
MAIO
1 - Visitas semanais ou quinzenais.
1 – Treinador do MEDICÃO e educadores
JUNHO
1 - Finalização dos trabalhos do semestre e avaliação do projeto, para fins de replanejamento.
1 – Direção, Orientadora Pedagógica, Educadores e o coordenador do projeto MEDICÃO.
AGOSTO
A ser estabelecido em junho

SETEMBRO
A ser estabelecido em junho

OUTUBRO
A ser estabelecido em junho

NOVEMBRO
1 - Finalização dos trabalhos do semestre e avaliação do projeto, para fins de replanejamento.
1 – Direção, Orientadora Pedagógica, Educadores e o coordenador do projeto MEDICÃO.



BIBLIOGRAFIA

ANIMAIS e Saúde. Disponível em: <http://www.anthrozoo.org/anthrozoo4.html>. Acesso em: 10 mai. 2004.


ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO. Bichos que Ajudam a Curar. Universidade de Brasília, Brasília. Disponível em: <http://www.unb.br/acs/acsweb/releases/pet_terapia.htm>. Acesso em: 23 fev. 2004.

BECKER, Marty; MORTON, Danelle (2003). O Poder Curativo dos Bichos. 1a ed. São Paulo: Bertrand Brasil.


BICHO: Faz bem ter um. O Globo, Rio de Janeiro, p. 8, 3.ago.2003.

BICHOS Aliviam Tensão Humana. Folha da Manhã, Campos dos Goytacazes, p. 5, 16.mar. 2003.

BITENCOURT, R. Cinoterapia. Disponível em: <http://www.pitbullclub.com.br/cinoterapia.htm>. Acesso em: 25 mai. 2004.

CARVALHO, V. F. Convívio com Animais é um Recurso Terapêutico. Disponível em: <http://www.kennelclub.com.br/>. Acesso em: 15 mar. 2004.

COMPORTAMENTO/ Psicologia Canina. Disponível em: <http://labrador.no.sapo.pt/comportamento.htm>. Acesso em: 20 mar. 2004

Davis, Tom (2003). Por que os cães são assim? São Paulo: Publifolha.



Educação Ambiental e Sustentabilidade

Considerações acerca de uma proposta de trabalho com vínculo ao meio ambiente
É nos primeiros anos de vida que o indivíduo passa por um intenso processo de desenvolvimento físico, afetivo cognitivo e social em que são constituídas as bases para o desenvolvimento de sua personalidade e aprendizado que levará para a vida toda.
Ao Pensarmos na educação infantil dentro de um cenário urbano, verificamos que a sociedade contemporânea tem distanciado a criança do contato com a natureza. Existem vários motivos para isso: a violência, os espaços exíguos das moradias, nos bairros periféricos distantes de serviços e espaços de lazer das classes D e E com pouco investimento de infra estrutura urbana, moradias fechadas em condomínios praticamente isolando os seus moradores de um contato livre com a natureza e sempre condicionada à vigilância.
Devemos refletir também a condição dessa criança que vive neste tempo pós moderno afinada em um mundo digital, enquanto suas brincadeiras resumem-se em ficar em casa, assistir televisão, brincar com aparelhos eletrônicos e se distanciar cada vez mais do contato com a natureza e do mundo. A globalização promoveu o individualismo institucionalizado, e hoje devemos na escola refletir sobre o contexto escolar neste quesito.
O mundo é composto por interfaces: o computadores e seus softwares estão presentes na vida de todos nós, os objetos do cotidiano interagem com as pessoas dentro de um o espaço físico externo e interno (natureza e espaço humanizado). Cabe a todos nós da escola projetarmos propostas de trabalho para que o mundo seja explorado e apresentado à criança e possa comunicar com ela de forma prazerosa, com possibilidades de exploração de saberes e descobertas de conhecimentos, fortalecendo-os de forma a constituir um indivíduo reflexivo no mundo e seguro de si mesmo.
Enquanto o mundo aparta-se o humano de um contato direto com a natureza dando à ela uma comunicação e interação digital sabemos que ao mesmo tempo que a criança aprende em contato com o outro, com as trocas de experiências trazidas por ela e de seu convívio no espaço mundo . Cabe a escola fazer uso disso tudo e aproximar as experiências através de momentos desafiadores, lúdicos, significativos e interativo.
Pensamos em projeto pedagógico que proporcione uma interface cultural em dialogar com os espaços do mundo, de modo a explorar a riqueza presente em todos os seres e coisas.
Para tanto o espaço é considerado como várias frentes: dimensão física, funcional, temporal e relacional.
O ambiente escolar atua de forma considerável na primeira infância uma vez que ao iniciar esta nova etapa de vida, a criança muda consideravelmente sua perspectiva de rotina, ampliando as relações sociais culminando em diferentes aprendizados, conhecimentos e saberes.
ATUAÇÃO NA FUNÇÃO DE CADA PROFISSIONAL
À equipe educativa cabe:
Reconhecer o espaço externo e interno como meio ambiente passível de ser explorado como ferramenta educativa para uma prática ambiental .
Onde estamos?
Para onde queremos ir?
Quais devem ser as nossas primeiras modificações?
Como podemos atingi-las?
Como podemos fazer isso?
Como saberemos que atingiremos nossas intenções?
Podemos propor desafios? Quais?
Como reconhecer a contribuição e o trabalho de todos os envolvidos?
Ao professor e monitor cabem :
  • Comprometerem-se com o projeto
  • Planejar o uso dos espaços de forma desafiadora
  • Ampliar o tempo de uso do parque externo com intencionalidade
  • Garantir possibilidade de várias atividades ao ar livre sejam elas sensoriais, exploratórias de chão/solo,
  • Observar e explorar os diferentes organismos ou micro sistemas,
  • Promover a conquista de autonomia em detrimento da tutoria,
  • Ampliar os objetivos de atuação das crianças neste espaço deixando claro nos planos que o espaço externo é uma extensão da sala de aula.
  • Despertar a curiosidade de observação deste espaço em que as pessoas, os organismos vivos( plantas, insetos, pássaros, entre outros) também partilham o mesmo).
  • O plano deve estar aberto para mudanças contínuas e progressivas dependendo do aprendizado da turma.
  • Organizar as atividades externas em plena harmonia com outros espaços
  • Planejar atividades crescentes em suas dificuldades e problematizações estimulando as crianças em seu desenvolvimento.
  • Ampliar o conhecimento das famílias quanto ao uso deste espaço externo e interno .
  • Fazer uso dos objetos, brinquedos em sua potencialidade.
  • Registrar e avaliar no processo as atividades propostas das crianças em ação
  • Planejar aulas passeio a fim de ampliar o repertório cultural privilegiando diferentes espaços externos e vincular á diversidade ambiental.
Ao diretor e vice cabem:
  • Cuidar manutenção dos equipamentos brinquedos e objetos de uso coletivo consertos e ampliação do acervo externo.
  • Viabilizar o uso do espaço externo de forma segura dentro e fora da escola
  • Acompanhar o desenvolvimento das ações a fim de ampliar junto à equipe da escola novas oportunidades de exploração do espaço externo.
  • Estimular as práticas de trabalho pedagógico no meio externo.
  • Registrar e avaliar junto à equipe educativa
À Orientadora pedagógica cabe:
  • Acompanhar o desenvolvimento das ações pedagógicas a fim de ampliar junto à equipe de professores e monitores novas possibilidades de trabalho pedagógico de exploração do espaço externo.
  • Ajudar no planejamento específico por agrupamento
  • Estimular a escrita dos planejamentos de forma a centrar a criança fazendo uso dos espaços de forma desafiadora
  • Estimular o uso do espaço externo na sua potencialidade pedagógica
  • Acompanhar o trabalho pedagógico no espaço externo
  • Registrar e avaliar junto à equipe educativa
  • Buscar no processo das ações educativas aporte teórico com vistas à formação;
  • Buscar e promover o engajamento da equipe educativa
À equipe de apoio (limpeza) cabe:
  • Garantir a limpeza e cuidado dos espaços interno e externos da escola,
  • Garantir a limpeza dos equipamentos pertinentes a cada ambiente
  • Ampliar a interlocução com a equipe educativa a respeito da manutenção e materiais de limpeza adequados para uso nestes espaços.
  • Suporte à equipe de professores e monitores
  • Avaliar junto à equipe educativa
À equipe da cozinha cabe:
  • Apoiar quando necessário as ações educativas no espaço externo( nos momentos em que a degustação e refeição for realizada no espaço externo).
  • Avaliar junto à equipe educativa
Ao vigilante cabe:
  • Atuar de forma a exercer seu papel de vigilância quanto ao patrimônio e zelar pela segurança das pessoas presentes na escola.
  • Avaliar junto à equipe educativa
BIBLIOGRAFIA:
Pátio Educação Infantil: publicação trimestral, nº 34, ano XI, janeiro/Mar 2013.
1 CAMARGO, Miriam Benedita de Castro (org.). DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO INFANTIL PÚBLICA: um processo contínuo de reflexão e ação. Prefeitura Municipal de Campinas. Secretaria Municipal de Educação. Departamento Pedagógico. Campinas, SP: 2013. P. 19.
2 CAMARGO, Miriam Benedita de Castro (org.). DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO INFANTIL PÚBLICA: um processo contínuo de reflexão e ação. Prefeitura Municipal de Campinas. Secretaria Municipal de Educação. Departamento Pedagógico. Campinas, SP: 2013. P.19.

3 PARK, Margareth Brandini et. al. (Orgs.). Educação Infantil – arte, memória e meio-ambiente. Jundiaí (SP): Árvore do Saber, 2005.

4 Experiência que acontece, passa, toca. Cf. BONDIÁ, Jorge Larrosa. “Notas sobre a experiência e o saber de experiência”. Rev. Bras. De Educ. no. 19, Rio de Janeiro, jan/abr. 2002.

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