AG2B

Carta de Intenções - AGRUPAMENTO 2B

Com nossos pezinhos descalços descobrimos os sons e ritmos do mundo...

PROFESSORA:  
TATIANA  LEITE  DE  CARVALHO  GARCIA

MONITORAS: 
ELIANA UZUM LEONARDI, 
IVONE LONGO
IVONE DE SOUZA
MARICILDA FIDELIS 
PATRÍCIA SALES CHAVES

Caracterização da Turma :

Neste ano letivo de 2015 nossa turma está composta, até o momento, por 28 crianças sendo 11 meninas e 17 meninos com idades entre 2 e 3 anos.
São crianças que frequentam de maneira assídua o espaço da creche e que, em sua maioria, se adaptaram bem neste contexto. No entanto, temos algumas crianças que ainda choram e/ou resistem no momento da entrada e, eventualmente, também em outros momentos da rotina (por exemplo: almoço, hora do descanso/sono) demonstrando descontentamentos e insegurança.
No grupo a maioria já faz uso do banheiro de forma mais independente, sendo que 10 crianças utilizam fraldas e 1 criança encontra-se num processo de transição, ora faz uso do banheiro adequadamente ora necessita da fralda para o controle de suas necessidades.
Notamos que uma pequena amostra da turma parece não ter o hábito de higiene após o uso do banheiro (como por exemplo: secar as partes íntimas, dar descarga, lavar as mãos, jogar o papel no lixo...), ações estas que temos retomado diariamente em nossa rotina. Ainda sobre a higiene e asseio pessoal, observamos que apenas uma minoria (aproximadamente 3 a 4 crianças) parece realmente pouco privilegiada neste aspecto.
Em contrapartida, grande parte do grupo apresenta-se de maneira bem cuidada, com roupas e pertences a contento. Constatamos ainda que, a maioria, usufrui de uma situação financeira mais estável, sem grandes dificuldades. Parece se tratar de famílias mais estruturadas e, com exceção de uma pequena parcela da turma (mais especificamente, três crianças), são famílias inclusive nucleares.
Apesar deste formato, sentimos uma dificuldade significativa em relação às posturas das crianças para um convívio saudável na coletividade. Isso porque enfrentamos no grupo bastante resistência em relação a regras e combinados coletivos com comportamentos desafiadores frente ao adulto/educador.
Poucos ficam sob a tutela de avós e/ou babás /cuidadores. A maioria é cuidada pelos próprios pais!
Um dado significativo que se revelou também em nossas entrevistas com as famílias foi em relação aos passeios e lazer das crianças. Constatamos que estes, na maioria dos casos, são pouco diversos e muitos se limitam a passeios às casas de familiares. Opções como cinema e teatro foram praticamente inexistentes!
A alimentação é outro aspecto que merece ressalva, já que percebemos (por meio de nossas entrevistas junto às famílias e o comparativo do cotidiano na creche) que há certo distanciamento entre aquilo que se afirma quanto aos hábitos alimentares da criança em casa e aquilo que se observa efetivamente no contexto escolar.  
Uma parcela do grupo se alimenta de maneira insatisfatória, tanto na questão da quantidade quanto na aceitação da diversidade dos alimentos. Estamos cuidando de maneira muito específica cada caso neste sentido.
De um modo geral, trata-se de uma turma que gosta muito de brincar. Algumas poucas crianças apresentam resistência ao novo e às propostas mais desafiadoras (como por exemplo: pintura com tinta, brincadeira com túnel emborrachado, exploração dos brinquedos da área externa...). Já estamos encorajando ações de descoberta e experimentações, porém de maneira muito sutil para não ampliar ainda mais o nível de resistência e insegurança de tais crianças.
Avaliamos que ainda é preciso estreitar os laços, bem como o vínculo afetivo para a conquista deste pequeno grupo, em particular.
Vale dizer também que são crianças curiosas e que se interessam, em maioria, pelas atividades propostas pelos adultos/educadores. Gostam muito de música, movimento e fantasia!
Uma pequena parcela da turma apresenta saberes mais diversos e alguns conceitos já construídos, porém trata-se de uma minoria. A linguagem oral de boa parte do grupo representa outro aspecto a ser mais intensamente explorado e ampliado!
Em síntese, trata-se de uma turma com especificidades e necessidades diversas que, uma vez constatadas, deverão ser contempladas no projeto de trabalho pedagógico a ser realizado em parceria com as famílias ao longo do presente ano letivo.

Intenções

AG.II B - PROFESSORA  TATIANA

Ao longo deste ano letivo pretende-se, enquanto equipe, desenvolver um trabalho pedagógico que, prioritariamente, oportunize às crianças vivências significativas de aprendizagem, vivências estas que fomentem o encantamento e o interesse pelo aprender no contexto escolar e colaborem efetivamente para a formação intelectual, cultural e emocional da criança.
O ponto de partida deverá ser, portanto, aquilo que se destacar como interesse de estudo do grupo. Para tanto, será preciso olhar sensível e escuta apurada dos adultos/educadores, atento às múltiplas linguagens infantis, na tentativa de estabelecer com cada criança uma comunicação emocional capaz de reconhecer o que motiva o aprender de cada um e do grupo.
Neste sentido, o adulto assume papel fundamental enquanto parceiro/ interlocutor desta construção, agregando saberes e ampliando a formação de cada criança da turma. Assim sendo, inseridos num contexto de educação coletiva e pública, queremos oferecer aos pequenos e pequenas de nossa turma propostas que os desafiem, prioritariamente, a pensar, a refletir e a agir. Queremos crianças curiosas e ativas e não meramente expectadoras!
Nosso desejo, portanto, é dar à criança o lugar de protagonista de todo este trabalho, possibilitando um exercício cotidiano de realização de escolhas, de construção da autonomia, de convívio com o outro e todos os desdobramentos que tais experiências trazem consigo, como por exemplo: a noção de respeito, de solidariedade e de partilha, de cuidado com si próprio e com o colega, de construção de combinados coletivos, entre outros.
Contamos, contudo, com a parceria das famílias neste trabalho de formação de nossas crianças. E, por isso, no decorrer do ano será importante estreitar os laços e trabalhar com foco em comum: a criança, sua inteligência e personalidade.
Outra intenção é ainda provocar a comunicação e a interação entre os pares e entre estes e os adultos/educadores. Dentre as várias formas disso acontecer, priorizaremos a linguagem oral buscando ampliá-la e enriquecê-la oferecendo um repertório verbal e não-verbal diverso e adequado.
Vale ressaltar que, até o momento, notamos um interesse particular do grupo por músicas, sons/ ruídos e movimentos.
E assim, partindo de tal constatação tivemos a motivação necessária para construirmos um projeto de trabalho da turma: um projeto que, em princípio, estará voltado para a exploração de todas as possibilidades que esta temática dos sons nos traz: os sons do nosso próprio corpo, os sons da natureza, do nosso entorno, as músicas e seus diversos gêneros, os sons dos instrumentos musicais, enfim, todo o universo de experimentações e possibilidades que tal temática favorece.

PLANEJAMENTO  ANUAL
2015
A INFÂNCIA É QUANDO AINDA NÃO É DEMASIADO TARDE.
É QUANDO ESTAMOS DISPONÍVEIS PARA NOS SURPREENDERMOS,
PARA NOS DEIXARMOS ENCANTAR.
QUASE TUDO SE ADQUIRE NESSE TEMPO
EM QUE APRENDEMOS
O PRÓPRIO SENTIDO DO TEMPO.
                                                            Mia  Couto


AGRUPAMENTO  II B


EQUIPE:
TATIANA  LEITE  DE CARVALHO  GARCIA
ELIANA, IVONE L., IVONE S., MARICILDA e PATRÍCIA
AGRUPAMENTO:  AG. II B

PROFESSORA:  TATIANA  LEITE  DE  CARVALHO  GARCIA
MONITORAS: ELIANA UZUM LEONARDI, IVONE LONGO, IVONE DE SOUZA, MARICILDA FIDELIS e  PATRÍCIA SALES CHAVES


  • CARACTERIZAÇÃO DA TURMA / SABERES:

    Neste ano letivo de 2015 nossa turma está composta, até o momento, por 28 crianças sendo 11 meninas e 17 meninos com idades aproximadas entre 2 e 3 anos.
    São crianças que frequentam de maneira assídua o espaço da creche e que, em sua maioria, se adaptaram bem neste contexto. No entanto, temos algumas crianças que ainda choram e/ou resistem no momento da entrada e, eventualmente, também em outros momentos da rotina (por exemplo: almoço, hora do descanso/sono) demonstrando descontentamento e insegurança.
    No grupo a maioria já faz uso do banheiro de forma mais independente, sendo que 10 crianças utilizam fraldas e 1 criança encontra-se num processo de transição, ora faz uso do banheiro adequadamente ora necessita da fralda para o controle de suas necessidades.
    Notamos que uma pequena amostra da turma parece não ter o hábito de higiene após o uso do banheiro (como por exemplo: secar as partes íntimas, dar descarga, lavar as mãos, jogar o papel no lixo...), ações estas que temos retomado diariamente em nossa rotina. Ainda sobre a higiene e asseio pessoal, observamos que apenas uma minoria (aproximadamente 3 a 4 crianças) parece realmente pouco privilegiada neste aspecto.
    Em contrapartida, grande parte do grupo apresenta-se de maneira bem cuidada, com roupas e pertences a contento. Constatamos ainda que, a maioria, usufrui de uma situação financeira mais estável, sem grandes dificuldades. Parece se tratar de famílias mais estruturadas e, com exceção de uma pequena parcela da turma (mais especificamente, três crianças), são famílias, inclusive, nucleares.
    Apesar deste formato, sentimos uma dificuldade significativa em relação às posturas das crianças para um convívio saudável na coletividade. Isso porque enfrentamos no grupo bastante resistência em relação a regras e combinados coletivos com comportamentos desafiadores frente ao adulto/educador.
    Poucos ficam sob a tutela de avós e/ou babás /cuidadores. A maioria é cuidada pelos próprios pais!
    Um dado significativo que se revelou também em nossas entrevistas com as famílias foi em relação aos passeios e lazer das crianças. Constatamos que estes, na maioria dos casos, são pouco diversos e muitos se limitam a passeios às casas de familiares. Opções como cinema e teatro foram praticamente inexistentes!
    A alimentação é outro aspecto que merece ressalva, já que percebemos (por meio de nossas entrevistas junto às famílias e o comparativo do cotidiano na creche) que há certo distanciamento entre aquilo que se afirma quanto aos hábitos alimentares da criança em casa e aquilo que se observa efetivamente no contexto escolar.
    Uma parcela do grupo se alimenta de maneira insatisfatória, tanto na questão da quantidade quanto na aceitação da diversidade dos alimentos. Estamos cuidando de maneira muito específica cada caso neste sentido.
    De um modo geral, trata-se de uma turma que gosta muito de brincar. Algumas poucas crianças apresentam resistência ao novo e às propostas mais desafiadoras (como por exemplo: pintura com tinta, brincadeira com túnel emborrachado, exploração dos brinquedos da área externa...). Já estamos encorajando ações de descoberta e experimentações, porém de maneira muito sutil para não ampliar ainda mais o nível de resistência e insegurança de tais crianças.
    Avaliamos que ainda é preciso estreitar os laços, bem como o vínculo afetivo para a conquista deste pequeno grupo, em particular.
    Vale dizer também que são crianças curiosas e que se interessam, em maioria, pelas atividades propostas pelos adultos/educadores. Gostam muito de música, movimento e fantasia!
    Uma pequena parcela da turma apresenta saberes mais diversos e alguns conceitos já construídos, porém trata-se de uma minoria. A linguagem oral de boa parte do grupo representa outro aspecto a ser mais intensamente explorado e ampliado!
    Em síntese, trata-se de uma turma com especificidades e necessidades diversas que, uma vez constatadas, deverão ser contempladas no projeto de trabalho pedagógico a ser realizado em parceria com as famílias ao longo do presente ano letivo.
    APRESENTAÇÃO / INTRODUÇÃO:
  • NEste planejamento do trabalho pedagógico, enquanto instrumento reflexivo e articulador da prática e, por isso, a importância de dizer sobre seu caráter flexível e dinâmico, pretende organizar e destacar ações que ao longo do ano letivo deverão permear o trabalho pedagógico.
    Para tanto, este documento contempla a intenção de explorar uma diversidade de elementos para a construção da identidade, da autonomia e do sentido de pertencimento social e cultural de meninos e meninas da turma, visando inclusive potencializar todas as dimensões humanas (o imaginário, o lúdico, o artístico, o afetivo, o cognitivo, o perceptivo-motor), na tentativa de provocar e ampliar o repertório de saberes já construído por cada sujeito-criança da turma.
    Tal objetivo fundamenta-se na concepção de que as experiências propostas na Educação Infantil devem “(...) provocar o encontro da criança com a cultura, de modo a favorecer a apropriação pelas crianças da herança cultural da humanidade e, por meio desta, a reprodução pelas crianças das máximas qualidades humanas criadas ao longo da história” (Mello, p.58, 2010).
    Face a tal consideração, e ainda apoiada nas considerações teóricas apresentadas pela autora em destaque, não cabe nesta perspectiva uma educação passiva e contemplativa apenas, mas uma educação que favoreça uma aprendizagem ativa na qual a criança (e, vale ressaltar, desde bebê) possa, no contexto escolar, protagonizar experiências que estão para além daquelas vivenciadas no cotidiano, articulando-as com a cultura elaborada e, assim, sentindo-se provocada/impulsionada a fazer deslocamentos em sua aprendizagem e, consequentemente, impulsionar e possibilitar seu desenvolvimento, conforme pressupõe a concepção materialista de Vygotsky.
    Além disso, é meta também deste trabalho priorizar o respeito pelas diferenças (social, gênero, etnia, religião) e especialmente, as especificidades infantis, concebendo a infância como uma fase em si.
            Sob tal perspectiva, pretende-se ao longo deste presente ano letivo organizar tempos e espaços para que as múltiplas linguagens sejam acessadas pelas crianças da turma e, efetivamente, vivenciadas com sentido no cotidiano da creche.
            Tal trabalho objetiva ainda estabelecer parcerias com as famílias (através de diálogos, oficinas, orientações individuais e reuniões coletivas trimestrais) na tentativa de potencializar os resultados qualitativos a serem alcançados junto aos pequenos e pequenas da turma.


  • DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

    Pretende-se contemplar ao longo do presente ano letivo, especialmente, estudos, vivências e experimentações relacionados à temática dos sons e movimentos.
    Neste sentido, pretende-se desenvolver um projeto que, em princípio, estará voltado para a exploração de todas as possibilidades que esta temática dos sons, em especial, nos traz: os sons do nosso próprio corpo, os sons da natureza, do nosso entorno, as músicas e seus diversos gêneros, os sons dos instrumentos musicais, enfim, todo o universo de experimentações e possibilidades que tal temática favorece.
    No entanto, temas outros que, por ventura, venham a surgir a partir de interesses manifestados pelo grupo de crianças também deverão ser contemplados ao longo do ano considerando a relevância, sentidos e contribuições que tais interesses podem agregar ao trabalho pedagógico e, especialmente, ao processo de desenvolvimento das crianças atendidas.
    Vale ressaltar ainda que, todos, redimensionados numa perspectiva que prioriza o lúdico e as especificidades infantis ao longo das práticas a serem construídas.
            Orientando-se principalmente pela ótica do lúdico e da criança enquanto sujeito ativo/ protagonista de sua aprendizagem, pretende-se oferecer aos pequenos e pequenas no espaço do CEI vivências significativas que possam, prioritariamente, contribuir para a formação das crianças atendidas enquanto sujeitos na sociedade e na cultura letrada em que vivem.
            Para tanto, destaca-se o importante papel do adulto/outro enquanto intérprete das manifestações infantis, especialmente, junto às crianças da turma que, por sua vez, estão em processo de aquisição da linguagem.
            Neste sentido,
na prática pedagógica, considera-se a interação entre o educador e o educando como estando na base para o processo educativo, sendo este concebido, na Educação Infantil, na relação com os cuidados com a criança. Entende-se a escola como um espaço público de socialização e formação humana, respeitando em suas ações os tempos de vida e suas implicações na construção do currículo e no processo de avaliação, sem perder de vista a diversidade cultural dos educandos. Seu objetivo é a educação integral da criança, considerando sua história, seus saberes, sua vivência, sua cultura, seu tempo de infância (Bosco, 2008, p. 30).

Desta forma, focando a relação adulto e criança articulada com a proposta da dimensão lúdica, vale destacar as contribuições de Bondioli (1998, p. 227) ao apontar que
a cumplicidade que se cria entre adulto e criança que brincam juntos não possui somente o efeito de oferecer à criança uma gama de possibilidades lúdicas posteriores, em relação àquela que poderia experimentar sozinha ou com os colegas, mas também permite ao adulto a redescoberta de aspectos de sua infância esquecida (...), pois sem a identificação da realidade infantil torna-se difícil, se não impossível, permitir, facilitar, potencializar também nas crianças aquele relacionamento satisfatório e criativo com o mundo que é ativado pela dimensão lúdica. 

            Outra consideração pertinente, mais especificamente, em relação ao papel do adulto/educador na Educação Infantil é problematizada por Mello (1999, p. 20) ao destacar que “o educador não é, pois, um facilitador no sentido de ser quem possibilita um nível de desenvolvimento que aconteceria independentemente da aprendizagem. Do ponto de vista histórico-cultural, a tarefa do educador é garantir a reprodução, em cada criança, da humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”.
Além disso, cabe salientar que uma vez inseridas na sociedade e cultura letrada, independente do grupo social a qual pertençam, as crianças (mesmo muito pequenas) estão em contato, com menor ou maior destaque, com a linguagem oral e a linguagem escrita em seu cotidiano.
            No trabalho com linguagem, especificamente, pressupõe-se que as crianças de pouca idade conhecem alguns textos multimodais (estes consistem não só na presença, mas na relação entre os elementos verbais e não verbais do texto na construção de sentidos deste) e sabem lê-los antes mesmo de aprenderem a ler e escrever alfabeticamente, pois estão em contato com inúmeros textos multimodais que circulam amplamente em nossa sociedade (por exemplo: placas, outdoors, cardápios, folhetos, cartazes, etc) desde bebês (Kleiman, 2005).
            Neste sentido, “tanto a linguagem oral como a linguagem escrita constituem eixos básicos na organização das ações cotidianas na Educação Infantil” (Bosco, 2008, p. 29), mesmo que as crianças ainda não saibam ler e escrever convencionalmente.
            Cabe salientar ainda que o trabalho pedagógico no âmbito da Educação Infantil implica na relação indissociável entre educar e cuidar. Portanto, os educadores com intencionalidade educativa e postura colaborativa devem considerar e atender às necessidades das crianças, explorando o caráter pedagógico de tais cuidados.
            Segundo o RCNEI (1998),
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis (p. 23).
            Partindo de tais considerações teóricas acerca da educação de crianças de pouca idade no contexto da Educação Infantil, mais especificamente, no espaço da creche, vale elencar conteúdos que, pretensamente, permearão todo o trabalho ao longo do presente ano letivo:
- vivência da infância em si;
- inserimento/acolhida;
- construção da rotina;
- estabelecimento de vínculos e vivência da afetividade;
- socialização;
- expressão de sentimentos e/ou necessidades;
- construção de processos identitários;
- exercício da linguagem oral e da linguagem verbal;
- desfralde;
- encorajamento de ações mais autônomas em relação à alimentação e cuidados pessoais;
 - construção e/ou reiteração de hábitos de higiene;
- estimulação motora e sensorial;
- deslocamentos qualitativos referentes à cognição;
- aquisição e/ou ampliação do repertório cultural.
            Para tanto, as ações e práticas a serem tecidas junto às crianças pretendem explorar especialmente estratégias como RODA da CONVERSA, organização de tempos e espaços para propostas lúdicas, para registros ora individuais, ora coletivos, brincadeiras nos espaços externos, dinâmicas com caixas temáticas (“CAIXA AMARELA”, “CAIXA DO SORRISO”, “CAIXA DOS SENTIDOS”), contação de histórias, apreciação de variados materiais de audiovisual, além dos projetos que certamente serão tecidos em parceria com as famílias (por exemplo: SACOLA DE MUSICAL, PORTFÓLIO).
            Com o objetivo fundamental de provocar, ampliar e/ou (re)significar as vivências, repertórios e saberes das crianças, pretende-se, portanto, utilizar como recurso didático principal uma coleção de DVDS e CDs do selo PALAVRA CANTADA, além de  livros da Literatura Infantil relacionados à temática em foco: a musicalidade, os sons e o movimento.
            Em síntese, portanto, tais ações pedagógicas pretendem partir dos saberes já construídos pelo grupo, buscando avançar na construção de conhecimentos outros por meio de estratégias e práticas que desafiem e instiguem a curiosidade infantil, respeitando, porém, o tempo e as especificidades de cada criança sem ocupar-se de atividades meramente antecipatórias que relegam à criança o posto de apenas expectadora de seu processo de aprendizagem.           
            Neste sentido, vale reiterar que é proposta da equipe (professora e monitoras) oferecer às crianças da turma vivências significativas e, sempre que possível, concretas, de aprendizagem!


  •               A documentação e avaliação do trabalho, por sua vez, serão processuais e contará com observação atenta e sensível, bem como com registros através de fotografias, escrita em materiais específicos da turma (Caderno de Registros, PORTFÓLIO), produções coletivas elaboradas pelas próprias crianças e, possivelmente, pelas famílias conforme temas e projetos de estudo a serem desenvolvidos de acordo com as especificidades do grupo.
                   Além disso, deverá contar também com outras estratégias avaliativas, como por exemplo, os momentos coletivos de formação, tais como os espaços de TDC, GEM e reuniões de setor, bem como os momentos de avaliação institucional.

    REFERÊNCIAS BibliogrÁfiCAS:

    A noção de texto e a multimodalidade (2009). Texto do Material de Apoio da disciplina “Letramento: Teorias e Práticas”, do curso de Pós-Gradução Lato Sensu do IEL “Linguagem, Práticas discursivas e criança”.

    Bondioli, Anna. A dimensão lúdica na criança de 0 a 3 anos e na creche. In: BONDIOLI, Anna; MANTOVANI, Susanna (orgs.). Manual de Educação Infantil: de 0 a 3 anos - uma abordagem reflexiva, Porto Alegre: ArtMed, 9ª ed., 1998, p. 212-227.

    Bosco, Zelma. Diretrizes Curriculares para o Trabalho Pedagógico com Leitura e Escrita na Educação Infantil, Campinas: SME, 2008.

    Faria, Ana Lúcia Goulart de. A contribuição dos parques infantis de Mário de Andrade para a construção de uma pedagogia da educação infantil. Educação & Sociedade, ano XX, n.69, dezembro 1999.
    Kleiman, Angela B. (2005) Preciso ‘ensinar’ o letramento? Não basta ensinar a ler e                      escrever? Cefiel/Unicamp & MEC.
    MELLO, Suely Amaral. Algumas implicações pedagógicas da Escola de Vygotsky para a educação infantil. Revista Pro-Posições, v. 10, n. 1 (28), março 1999.
    MELLO, Suely Amaral; FARIAS, Maria Auxiliadora. A escola como lugar da cultura mais elaborada. Educação, Santa Maria, v. 35, n. 1, p. 53-68, jan./abr. 2010.
    REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, Brasília: MEC/SEF, Introdução, Vol. I, 1998.
    Rinaldi, Carlina. Reggio Emilia: a imagem da criança e o ambiente em que ela vive como princípio fundamental. In: GANDINI, Lella; EDWARDS, Carolyn (orgs.). BAMBINI: a abordagem italiana à educação infantil. Porto Alegre: ArtMed, 2002, p. 75-80.


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